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Vice-presidente da Fenapef faz duras críticas ao “pacote de maldades” do Governo Postado em 01/09/2017 por Sindicato dos Policiais Federais às 15:36

O clima esquentou em uma reunião entre representantes de servidores públicos federais e integrantes do Ministério do Planejamento. Ao perceber que não haveria negociação em torno do adiamento de benefícios já concedidos, o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, disse que os integrantes da corporação “vão convocar a população para sair às ruas e proteger os movimentos sociais”. Werneck demonstrou que os agentes pretendem atuar para impedir que manifestações sejam dispersadas pela Polícia Militar, na Esplanada dos Ministérios.

Especialista em segurança pública da Universidade de Brasília (UnB),o professor Antonio Testa, não acredita que eventuais manifestações coloquem policiais federais e militares em confronto. Mas destaca que as palavras do representante dos agentes pode trazer problemas ao governo. “Essas afirmações não colocam a segurança em risco. O Flávio deve ter falado isso por conta de estar indignado, como a maioria da população. Mas qualquer ato contra a atuação das forças de segurança por parte de agentes públicos se torna uma insurgência, o que é crime”.

O encontro ocorreu com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Augusto Chiba. O governo pretendia apresentar os motivos que o levam a não conceder os reajustes salariais previstos. A intenção do Poder Executivo é adiar os aumentos de 2018 para o ano seguinte. O mesmo deve ocorrer em 2019, por conta do deficit nas contas públicas. No entanto, os servidores não aceitam a proposta, alegando que o acréscimo nos rendimentos já está previsto em lei. Os representantes sindicais reclamam ainda dos repasses bilionários que estão sendo realizados para os deputados.

Vendo que o governo não está disposto a voltar atrás, Flávio Werneck resolveu radicalizar o discurso. “Todas as representações de categorias vão para as ruas e chamam a população para combater as medidas absurdas do governo. Isto os policiais federais do Brasil ainda não fizeram: garantir a segurança dos movimentos sociais. Chega de teatrinho de jogar bomba de gás lacrimogêneo em quem está nas ruas”, avisou Flávio, durante a reunião. As declarações, que causaram polêmica, foram registradas em vídeo.

Solução

Ao Correio Werneck afirmou que estudos do Banco Central e da Unacon Sindical apontam que basta à equipe econômica baixar os juros para economizar mais de R$ 20 bilhões com o pagamento da dívida pública. Ele também criticou benefícios fiscais concedidos para empresários e o andamento da Operação Lava-Jato. “E se há a intenção de poupar, não faz sentido distribuir R$ 6 bilhões em emendas parlamentares e perdoar dívidas bilionárias de empresários. Por isso, disse que, se eu fosse empresário, não pagaria tributos nunca, porque todos sabem que os sonegadores são premiados com descontos. Há outros detalhes importantes: a Operação Lava-Jato, por exemplo, tem estimativas de arrecadação de R$ 200 bilhões. Não entraram nem R$ 4 bilhões até agora”, destacou.

Em relação à atuação dos policiais, Werneck ressaltou que o que se pretende é “auxiliar a população a se manifestar com segurança e com a garantia de que pode ir às ruas sem sobressaltos”. De acordo com ele, isso significa evitar que o cidadão seja confundido com aqueles que se misturam à multidão para fazer tumulto, como ocorreu, em abril, durante os protestos das centrais sindicais. “As pessoas não vão às ruas não porque não estão indignadas, mas porque estão com medo. Vamos dar à população o direito de ir à manifestação livre e democraticamente, com a certeza de que todas as polícias, digo todas, fizeram uma correta avaliação dos riscos e um plano de segurança à altura de suas necessidades”. A Polícia Militar do DF não quis se manifestar.

Fonte: Correio Braziliense

http://www.fenapef.org.br/vice-presidente-da-fenapef-faz-duras-criticas-ao-pacote-de-maldades-do-governo/


FONTE: Agência Fenapef

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