Os pequenos João Andrei, 12 anos; Regina de Souza, 11 anos; e Camila Cruz, 7 anos, são três dos 18 estudantes que irão estudar na escola Agente Federal Mauro Lobo inaugurada no último domingo, 5,  na comunidade do Divino Espírito Santo, no município de Manacapuru, a 84 km de Manaus. As crianças terão também uma biblioteca cujo nome é uma homenagem ao também agente federal Leonardo Matsunaga. Os dois foram mortos em operação de combate ao tráfico de drogas em 2010 na região.
 
A escola Agente Federal Mauro Lobo representa a realização de um sonho para dezenas de famílias que moram na comunidade. Antes da inauguração crianças tinham que se deslocar de barco para estudar. “Agora nossos filhos irão estudar aqui, na escola construída com as nossas mãos”, diz uma moradora da comunidade.

A não faltou esforço para que o sonho de erguer uma escola na região onde dois guerreiros tombaram fosse concretizado. A Federação Nacional dos Policiais Federais e o Sindicato dos Policiais Federais do Amazonas garantiram os R$ 10 mil reais pagos à comunidade depois que os policiais receberam informações que levaram à prisão dos assassinados dos dois agentes federais.

No estado o presidente do SINPEF/AM, Nelson Oliveira e os agentes federais Jair e Nonato se encarregaram de dar suporte à comunidade e acompanhar de perto a prisão dos assassinos dos colegas. “A inauguração desta escola é uma homenagem singela a estes dois colegas que deram a vida ao país", disse Nelson Oliveira.

FAMILIARES – Os pais de Leonardo Matsunaga não contiveram as lágrimas durante a inauguração da escola. Cercados por crianças, Cecilia Matsunaga e Afonso Yamaguti, levados até o Amazonas pela Fenapef, descerraram a placa que dá o nome do filho à biblioteca da escola.

Do lado de fora a agente federal Adriana Inês Abreu de Sá, esposa de Mauro Lobo, e seus dois filhos acompanharam a inauguração. Em carta publicada no site da Fenapef, logo depois da morte dos policiais ela lembrou a trajetória do marido na PF e o quanto ele gostava do seu trabalho e da região amazônica. “Agora este amor pela Amazônia está aqui simbolizado no nome desta escola”, frisou Adriana.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink, falou sobre os dois policiais federais e suas trajetórias dentro da PF. Wink agradeceu ao trabalho realizado pelo Sindicato dos Policiais Federais no Amazonas e classificou como um “marco” a inauguração da escola com o nome dos dois policiais. “Eles tombaram, mas seus nomes seguirão inspirando as pessoas”, disse Wink.

Bastante emocionado, o diretor de relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Sabino, lembrou a dor de duas famílias que perderam seus entes queridos. “Antes de sermos policiais, somos filhos, somos país de família somos pessoas que dedicam a vida a trabalhar pela sociedade”, ressaltou o diretor. Sabino frisou que a homenagem aos dois agentes não poderia ser mais apropriada. “O investimento em educação hoje, irá formar cidadãos do amanhã e prevenir a criminalidade”.

Também participaram da homenagem representantes da prefeitura de Manacapuru e do governo do Estado do Amazonas.

Fonte: Agência Fenapef