Trabalhadores insatisfeitos com acordos salariais ou em busca de antigas reivindicações prometem, para esta semana, diversos protestos, que devem afetar diretamente a vida dos brasileiros. A principal reivindicação é por reajustes acima dos 15,8%, parcelados em três anos, oferecidos pelo Executivo. O governo não quer comentar o assunto, mas analistas afirmam que esse é o seu calcanhar de aquiles, porque toca diretamente na arrecadação.
Os auditores fiscais da Receita Federal farão, de hoje a sexta-feira, uma operação que chamam de desembaraço zero. Haverá morosidade nos despachos nas aduanas — ou seja, portos, aeroportos e fronteiras — do país. Nesta segunda-feira, também está agendado um encontro do ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardozo, com escrivães, papiloscopistas e agentes (EPA’s) da Polícia Federal para retomar a discussão sobre a reestruturação dessas carreiras. Caso o governo não reabra as negociações, a categoria ameaça parar de novo.
Amanhã, a pressão será ainda maior. Sindicalistas garantem que vão ocupar Brasília para
cobrar a aprovação da PEC das Trabalhadoras Domésticas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), tida como o braço sindical do PT, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços (Contracs) farão manifestação diante do Congresso no Dia da Consciência Negra. “A maioria das domésticas é negra, e somente 26,8% têm carteira assinada. A luta por igualdade de direitos extrapola o movimento sindical e pertence a toda a sociedade”, aponta Rosane Silva, da CUT.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) também vai se mobilizar. De hoje a sexta-feira, promoverá diversas atividades em defesa das Institutos Federais de Educação (IFE), para marcar o Dia Nacional de Luta pela Reestruturação da Carreira, celebrado amanhã. “É preciso alterar o Projeto de Lei nº 4368/201212 (que traz alterações relacionadas às carreiras) e, para isso, devemos mostrar aos parlamentares a insatisfação dos professores”, conta o primeiro vice-presidente do Andes, Luiz Henrique Schuch. A entidade participará, também amanhã, de audiência pública na Comissão de Trabalho e Serviço Público (CTASP), na qual tramita o PL.
Fonte: Correio Braziliense