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Rescaldo da “Operação Bye, Bye Postado 20111116 por SINPEFRN às 00:00

Corregedoria da PF investiga autoria de reportagem, em vez de apurar uso de helicóptero por ex-superintendente

No dia 4 de maio de 2011, a Agência Fenapef noticiou a utilização de um helicóptero da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, pelo então superintendente regional da Polícia Federal em Minas Gerais, Jerry Antunes de Oliveira (leia a íntegra da matéria).  Na companhia de outros dois delegados, o ex-superintendente viajou a bordo da aeronave para visitar delegacias da PF no interior de Minas, com o objetivo de despedir-se dos servidores. Ele deixou o cargo em junho e estava indicado para assumir o cargo de adido policial na Espanha.

Em junho, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marco Souza Wink, encaminhou representações à Direção Geral da PF, ao Ministério Público Federal e à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, em Belo Horizonte, solicitando a apuração de eventual desperdício de recursos públicos, pelo uso desnecessário e injustificado da aeronave.

SINDICÂNCIA - Quatro meses depois, o Departamento de Polícia Federal finalmente abriu um procedimento de natureza disciplinar, mas não para apurar o fato noticiado. Por mais absurdo que pareça, os dirigentes da PF estão interessados em saber quem é o autor da matéria jornalística e se o redator ocupa algum cargo na corporação.

De acordo com portaria publicada no boletim interno, o objetivo da Sindicância Investigativa 022/2011, aberta em 15/09/11, na superintendência da PF em Minas, é apurar se o texto foi escrito por policial federal. O procedimento disciplinar foi instaurado por determinação do atual chefe do órgão no estado, delegado Fernando Duran Poch, que assumiu o cargo em junho. Tudo indica que a sindicância vai se limitar a investigar o autor da matéria.

De acordo com informações obtidas pela Agência Fenapef, a Corregedoria Geral da PF, em Brasília, já teria se manifestado sobre o assunto, a pedido do ex-superintendente, vislumbrando possíveis “referências depreciativas” a autoridades policiais e atos da administração pública, no texto publicado no site da entidade.

CORREGEDORIA - Embora não tenha comunicado formalmente a Fenapef, a Corregedoria Geral da PF já teria decidido pelo arquivamento da representação feita pela entidade, sem abertura de procedimento disciplinar. Apesar de não se ter apurado as informações divulgadas e as circunstâncias da viagem, nem ouvido as testemunhas arroladas na representação, a corregedoria concluiu que não teria ocorrido irregularidade no uso do helicóptero da Polícia Civil. O destino da representação da Fenapef foi sua juntada aos autos da sindicância. Vai entender a Corregedoria da PF...

Em resposta ao questionamento feito pelo delegado responsável pela sindicância, através de ofício, o presidente da Fenapef assumiu a responsabilidade pelo texto publicado, elaborado pela Assessoria de Comunicação da entidade. “Só falta a Corregedoria da PF querer enquadrar disciplinarmente a Federação Nacional dos Policias Federais”, ironiza Wink.

No final de julho, o corregedor geral da PF resolveu aplicar a pena de suspensão de dois dias ao Diretor de Comunicação da Fenapef, Josias Fernandes Alves. A punição ao sindicalista - que é agente da PF - foi em virtude do artigo “Polícia de juristas”, publicado no site da entidade, no ano passado. A Corregedoria mandou punir o autor do texto, por críticas a atos de dirigentes do órgão. A decisão ignorou o trabalho da comissão disciplinar designada para apurar o caso, que havia concluído que o policial não cometeu transgressão disciplinar.

Fonte: Agência Fenapef

 

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