Disputa de poder e de interesses, divergências sobre procedimentos funcionais e suspeições em torno de condutas de investigações de casos envolvendo políticos da cidade detonaram posição inédita de rebelião na delegacia de Marília da Polícia Federal. O caso foi abafado pela superintendência de São Paulo num acordo de bastidores.
A gravidade da situação se arrasta há alguns meses e nos bastidores a reclamação era generalizada sem qualquer postura oficial interna até que na semana passada um documento mantido em sigilo foi endereçado à Superintendência e assinado por seis delegados.
A Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, através do delegado Roberto Ciciliati Tronhcon Filho, nega informações segundo as quais delegados haviam colocado o cargo à disposição por problemas de relacionamento com o delegado-chefe, Anilton Roberto Turíbio.
Nenhum delegado de Marília fala sobre o assunto oficialmente mas diversos jornalistas com acesso à Delegacia acompanham e conversam em off sobre os problemas de relacionamento com o chefe da Delegacia.
A formulação do documento à Superintendência é apenas mais um lance nas divergências internas da delegacia de Marília. O desempenho das investigações e conclusões de inquéritos há meses fica travado e gera suspeições na condução do trabalho.
A Superintendência emitiu nota ontem para tentar minimizar o clima que se espalhou entre a mídia, advogados e principalmente entre os grupos políticos, o que fez aumentar ainda mais o clima de suspeição.
No entanto, para a Superintendência nega todo o problema e que o chefe da repartição está e vai continuar no comando da delegacia.
A Superintendência nega ainda a existência de qualquer vínculo com grupo político da cidade. O certo é que processos que precisam de diligências requeridas pela Procuradoria Geral da República e devidamente autorizadas pelo SRF (Supremo Tribunal Federal) ficaram engavetadas diversas vezes e com pedidos de prorrogação de prazos por diversas vezes.
Coincidentemente esses casos são essencialmente envolvendo o deputado federal Abelardo Camarinha, que tem foro privilegiado e seus inúmeros processos precisam de autorização do STF para que as diligências ocorram e são feitas pela delegacia de Marília onde o político segundo maior ficha suja do país tem seu domicílio eleitoral.
Qualquer diligência e ou procedimento nos processos ficam na dependência do delegado chefe.
A operação abafa à rebelião foi negociada até com a promessa de remoção de Anilton Turíbio a partir de janeiro do ano que vem e nomeação de outro chefe.
Turíbio assumiu a chefia da Delegacia da PF em Marília em outubro de 2009 de forma polêmica, substituindo Sandro Roberto Viana dos Santos, que ficou na função de adjunto e foi sempre considerado um dos delegados que revolucionou a atuação da PF, inclusive ajudando a desmantelar esquemas do crime organizado em Marília e região.
Fonte: http://www.joseursilio.com.br com título da Agência Fenapef