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Policiais federais entregam fones de ouvido usados em serviços de inteligência Postado em 18/09/2012 por SINPEFRN às 00:00

O Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef-RS) deu mais uma cartada para que o governo federal adeque a tabela salarial da categoria e coloque fim à greve que já dura mais de um mês. Nesta terça-feira, cerca de 150 agentes, escrivães e papiloscopistas de todo o Estado, entregaram, de forma simbólica, os fones de ouvidos, principal instrumento de trabalho para o serviço de investigações de crimes financeiros e desvio de verbas públicas. A mobilização ocorreu na sede do órgão na avenida Ipiranga, em Porto Alegre.


O presidente do Sinpef-RS e diretor de Estratégia Sindical da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Paulo Paes, declarou que toda a parte de inteligência é feita pelos agentes. Como foi solicitada a reestruturação da carreira para o governo, sem êxito, a categoria decidiu parar após rejeitar o reajuste de 15,8% dividido em três anos.

Segundo ele, no Rio Grande do Sul há 700 funcionários, divididos na Capital e em 13 delegacias no Interior gaúcho. Como salário inicial os agentes recebem R$ 7,5 mil, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados federais, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil. “O governo não está nem aí para nós, por isso estamos parando mais este serviço. No entanto, conforme determina a lei, manteremos 30% do efetivo”, explica Paes.


O vice-presidente do Sinpef, Ubiratan Sanderson, destaca que não será mais realizada a análise de monitoramento telefônico, que dá suporte a operações policiais e alimenta os núcleos operacionais das delegacias, viabilizando a elucidação de crimes de grande repercussão social, como por exemplo o mensalão.


“Além disso, não são realizados os serviços de atendimento ao público, como oitivas, porte de arma, atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos”, afirmou, ao lembrar que a greve acaba quando a União estabelecer um diálogo e acenar com uma proposta que valorize o grupo.


A emissão de passaportes continua apenas para casos emergenciais. A categoria mantém em funcionamento apenas os plantões, as ocorrências em flagrante e a custódia de presos. A última greve nacional da PF ocorreu em 2004 e durou cerca de dois meses.

 

Fonte: Correio do Povo

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