Em greve há quase um mês, os policiais federais do Estado fizeram uma ação diferente nesta quinta-feira. Eles se reuniram no Hemocentro, em Porto Alegre, para doar sangue. “Já que estamos parados, vamos fazer algo pela coletividade”, destacou o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Rio Grande do Sul (Sinpef/RS), Ubiratan Sanderson.

A categoria decidiu em assembleia nessa quarta-feira manter a mobilização por tempo indeterminado, até que o governo ceda às reivindicações. Os agentes, escrivães e papiloscopistas rejeitaram o índice de reajuste proposto pelo Ministério do Planejamento de 15,8% entre 2013 e 2015. Para Sanderson, não há negociação. “O governo nos disse que é pegar ou largar, mas não nos ouviu. Isso é imposição”, comentou. O dirigente afirmou que, enquanto não houver diálogo, os policiais continuarão parados.

“Podemos ficar três meses de braços cruzados, já que o nosso ponto foi cortado”, falou. Segundo ele, as reivindicações não são apenas salarias, mas também de reestruturação de carreira e melhores condições de trabalho.

Durante a tarde, outro grupo de agentes faz doação de sangue no banco do Hospital Mãe de Deus. Além disso, a classe está reunindo cestas básicas para doar a uma comunidade carente nos próximos dias. Um dos policiais que participou da ação solidária no Hemocentro, Edison Silva, se disse gratificado por poder ajudar. “É um gesto muito importante”, destacou.

Enquanto durar a greve, seguem suspensos os serviços de atendimento ao público, oitivas, controle de empresas de vigilância, de bancos e de produtos químicos. Uma das atividades mais afetadas é a emissão de passaportes. Somente os documentos agendados estão sendo feitos e outros 300 que seriam confeccionados por dia continuam parados. A categoria mantém apenas os plantões, o registro de ocorrências em flagrante e a custódia de presos.

Fonte: Correio do Povo