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PF prende assessores de Henrique Eduardo Alves e faz buscas na casa do ex-ministro no RN Postado em 26/10/2017 por Sindicato dos Policiais Federais às 17:27

Três pessoas foram presas nesta quinta-feira (26) pela Polícia Federal (PF) durante operação contra lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte. Um dos detidos é funcionário do Ministério do Turismo.

A ação, batizada de Lavat, é um desdobramento da operação Manus, investigação que levou Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo, à prisão. Os outros dois presos são assessores particulares de Alves.

As buscas também foram feitas na sede do ministério, em Brasília, e no apartamento do ex-ministro, em Natal.
Apartamento do ex-ministro Henrique Alves, onde a PF cumpriu mandados de busca (Foto: Inter TV Cabugi) Apartamento do ex-ministro Henrique Alves, onde a PF cumpriu mandados de busca (Foto: Inter TV Cabugi)

Apartamento do ex-ministro Henrique Alves, onde a PF cumpriu mandados de busca (Foto: Inter TV Cabugi)

Segundo a PF, a palavra Lavat vem do provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é: "uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra". O provérbio também serviu como inspiração para denominar a operação Manus.

Cerca de 110 policiais federais cumpriram 27 mandados judiciais, sendo 22 mandados de busca e apreensão, 3 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva em Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu e Angicos, todas cidades potiguares.

Foram presos:

    Aluísio Henrique Dutra de Almeida (assessor de Henrique Alves)
    José Geraldo Moura Fonseca Júnior (assessor de Henrique Alves)
    Norton Domingues Masera (chefe da assessoria parlamentar do Ministério do Turismo)

O Ministério do Turismo informou que vai exonerar Norton Domingues e que irá colaborar com a Polícia Federal para que os fatos sejam apurados com correção. Em nota, o Ministério do Turismo ressaltou que a busca e apreensão se restringiu à sala em que Norton trabalhava e que o órgão não é alvo da investigação.

Foram alvos de condução coercitiva (quando o investigado é levado até a delegacia para prestar depoimento):

    Domiciniano Fernandes da Silva
    Fernando Leitão de Moraes Júnior

O G1 tenta localizar aos advogados dos citados. A reportagem chegou a ligar para os telefones de Aluísio Dutra e José Geraldo por volta das 8h, mas ninguém atendeu. Os dois são assessores de Henrique Alves. A defesa do ex-ministro disse que não vai se pronunciar neste momento porque ainda vai tomar ciência da operação.

Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede da Inter TV Cabugi, em Natal, mas a emissora não é alvo da operação. As buscas foram feitas na sala de Herman Ledebour, assessor de Henrique Alves. Em nota, a direção da TV informou que Herman é procurador e representante de Henrique, que é sócio minoritário da emissora (leia abaixo a íntegra da nota).

Preso em Natal desde o dia 6 de junho, Henrique Alves prestará depoimento nesta quinta-feira (26) à Justiça Federal. Ele será ouvido a respeito das investigações envolvendo a operação Sépsis, que apura irregularidades na Caixa Econômica Federal.
Ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves foi preso em junho durante a operação Manus (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo) Ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves foi preso em junho durante a operação Manus (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves foi preso em junho durante a operação Manus (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Manus

A operação Manus, que foi deflagrada em junho deste ano, investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção do estádio Arena das Dunas, em Natal. Segundo a PF, a Manus foi um desdobramento da operação Lava Jato.

Na ocasião, foi preso o ex-ministro Henrique Alves e um novo mandado de prisão foi cumprido contra o ex-deputado Eduardo Cunha. Ambos são do PMDB e foram presidentes da Câmara dos Deputados. Alves foi ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.

Durante a análise do material apreendido da Manus foram identificadas fortes evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes à organização criminosa, que continuou praticando lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo. Foi identificado também um esquema criminoso que fraudava licitações em diversos municípios do estado visando obter contratos públicos que, somados, alcançam cerca de R$ 5,5 milhões, para alimentar a campanha ao governo do estado de 2014.

Nota da Inter TV Cabugi:

A direção da Televisão Cabugi LTDA, esclarece que o senhor Hermann Ledebour é procurador / representante do sócio minoritário senhor Henrique Eduardo Lira Alves na empresa.

A direção reforça que a empresa sempre atuou de forma isenta em relação às investigações, noticiando o passo a passo dos processos contra o senhor Henrique Eduardo Lira Alves e outros investigados pela polícia federal e Ministério Público.

Por fim, informa que embora não seja alvo do investigação, conforme afirmado pela própria polícia federal, está à disposição para qualquer esclarecimento.


https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/pf-desarticula-organizacao-criminosa-que-continuou-praticando-crimes-apos-operacao-manus.ghtml

FONTE: G1


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