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Operações da PF sofrem com falta de estrutura e planejamento Postado 20111205 por SINPEFRN às 00:00

Roosevelt, Arco de Fogo e Portal da Amazônia são três operações em que a Polícia Federal busca combater o crime na Amazônia. A Federação Nacional dos Policiais Federais já esteve nestes locais, todos em Rondônia, mais de uma vez, e denunciou a falta de condições de trabalho enfrentadas pelos policiais. Infelizmente pouco ou nada mudou.

Na última semana o diretor de Relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Sabino, esteve em Rondônia para visitar as unidades. O que ele encontrou foi de deixar qualquer cidadão ou autoridade, com o mínimo de compromisso com a segurança pública, de cabelo em pé.

Na Portal da Amazônia, uma unidade que fica na BR 364 na divisa do Mato Grosso com Rondônia, a fiscalização está comprometida. Os policiais deslocados em missão para o local para controlar o tráfico de drogas, armas, contrabando e a extração ilegal de madeira são constantemente deslocados para outras missões pelas autoridades locais, contrariando a ordem de Missão emitida pelo Diretor Executivo, Paulo de Tarso Teixeira. “Queremos que estes e mais policiais continuem sendo enviados  para a missão mas, que não sejam deslocados para outros locais”.

Sabino recorda que a unidade foi inaugurada pelo ex-diretor-geral, Luiz Fernando Correa. Na solenidade ele prometeu plenas condições de trabalho e um efetivo policial de 20 agentes. “Nada disso foi cumprido”, diz o diretor da Fenapef. Hoje o que se vê são os poucos policiais que são mandados para lá, obrigados a executarem outras funções. “O prédio que deveria ser usado pela PF e pelo Ibama está fechado configurando um claro desperdício de dinheiro público”.

ARCO DE FOGO – A Operação Arco de Fogo tem sua base no município de Espigão d´Oeste (RO). Um escrivão, quatro agentes, um perito e um delegado estão deslocados para a sede da operação onde os agentes se revezam em plantões de 24h. Como o número de policiais é baixo, acaba que o efetivo fica somente nas dependências da sede da Operação trabalhando como guarda patrimonial. “A impressão que temos é que não há nenhuma logística para atender esta e outras operações”, diz Sabino. Mesmo assim, os poucos policiais deslocados para o local conseguem combater o crime na região. "Isso é fruto da garra e determinação desses colegas".

ROOSEVELT – A Operação Roosevelt é outra que visa combater o crime e também oferecer proteção aos índios Cinta Larga em Espigão D´Oste. As cinco bases, antes ocupadas por policiais federais, estão hoje nas mãos da Força Nacional. Os policiais federais que até então prestavam serviço no local foram deslocados para Pimenta Bueno para a Base Central da Operação Roosevelt.

Um convênio celebrado entre a Força Nacional e a Polícia Federal, estabelece que a primeira deve atuar em apoio às ações da PF. O que está acontecendo na prática em Rondônia e outros estados do Brasil é a Polícia Federal dando suporte para a Força Nacional, num claro desrespeito à Constituição.

Não bastasse isso, os policiais da Força nas bases da Operação Roosevelt trabalham sem as mínimas condições operacionais. “Os mesmos problemas que os federais enfrentavam no local como a falta de comunicação e de viaturas agora são enfrentados pelos policiais da Força”, diz o representante da Federação. Uma das bases, a Suçuarana, ficou três dias sem água e sem luz.

Francisco Sabino denunciou as irregularidades ao Ministério Público Federal.  Sabino foi ouvido pelo MPF/RO sobre a situação da PF no estado. O diretor anexou às informações um conjunto de fotos mostrando a situação grave enfrentada pelos policiais no estado.  “Já recebemos a confirmação de que o MPF acatou a denúncia e abrirá procedimento apuratório em relação a esta situação”, diz o diretor.

Sabino critica os gestores da Polícia Federal que pouco ou nada fazem para melhorar as condições de trabalho na fronteira do país. “Vivemos numa polícia de faz de conta onde alguns administradores estão mais preocupados com seus egos, com a burocracia e com as perseguições contra policiais, do que enfrentar o crime”, diz.

Para o diretor de Relações do Trabalho da Fenapef, o governo federal, por meio do vice-presidente Michel Temer, se mostra empenhado em resolver o problema da segurança pública nas fronteiras o que não ocorre com o DPF. “Além de não estar sintonizado com o governo federal, o DPF produz um policiamento de ficção nas fronteiras do país, mascarando uma realidade que se mostra cada dia pior”.

Fonte: Agência Fenapef

 

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