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Operação Monte Carlo evidencia importância de prerrogativas dos procuradores da Postado em 05/03/2012 por SINPEFRN às 00:00

 

Controle externo da atividade policial e poder de investigar do MP. A combinação dessas duas prerrogativas levou hoje à desarticulação de uma organização criminosa que agia há 17 anos na exploração de máquinas caça-níqueis. Durante toda a investigação, que durou cerca de 15 meses e foi feita em conjunto com a Polícia Federal, foram identificados como integrantes do grupo criminoso agentes infiltrados na área de segurança pública, como delegados de polícia.


Para o presidente da ANPR, Alexandre Camanho de Assis, a Operação Monte Carlo expõe a real necessidade de se manter as prerrogativas do MP,  frequentemente contestadas no Congresso Nacional. “Quando as organizações criminosas conseguem se infiltrar nas entranhas das instituições policiais, o controle externo se torna imprescindível, sob pena de ver o Estado brasileiro subjugado aos desmandos de delinquentes e corruptos”, justifica. Ele ressalta também que o controle externo da atividade policial é uma atribuição prevista na Constituição Federal e, por isso, existem coordenações de controle externo na Procuradoria Geral da República e em todos os estados do Brasil.


O mesmo se pode afirmar, segundo ele, sobre o poder de investigação do MP, que atualmente se encontra ameaçado pela Proposta de Emenda à Constituição 37, em tramitação na Câmara dos Deputados. Pelo texto da PEC, a competência para investigação criminal ficaria apenas nas mãos da Polícia Judiciária – composta pelas polícias federal e civil dos estados e do Distrito Federal.


“A Suprema Corte já reconheceu o poder investigatório do Ministério Público, como imperativo decorrente de suas atribuições constitucionais, especialmente quando se configure a inexistência ou ineficiência das apurações promovidas pelos órgãos policiais”, esclarece.


Operação Monte Carlo - Nesta quarta-feira, 29, procuradores da República do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), juntamente com a Polícia Federal no Distrito Federal (PF/DF), conseguiram a prisão do explorador do setor de jogos e suposto chefe da quadrilha Carlos Cachoeira, bem como de dois delegados de Polícia Federal de Goiânia, seis delegados da Polícia Civil de Goiás, três tenentes-coronéis, um capitão, um major, dois sargentos, quatro cabos e 18  soldados da Polícia Militar de Goiás; um auxiliar administrativo da Polícia Federal em Brasília; um policial rodoviário federal, um agente da polícia civil de Goiás e um agente da polícia civil de Brasília; um sargento da Polícia Militar de Brasília, um servidor da Polícia Civil de Goiás, e um servidor da Justiça estadual de Valparaíso de Goiás.  Todos recebiam propina mensal ou semanal para trabalhar a prol da organização.


De acordo com o MPF, o faturamento líquido de somente uma das casas fechadas foi de mais de R$ 3 milhões no período de seis meses. Na operação, foram fechadas quatro casas de jogos de azar em Valparaíso e duas em Goiânia. Além disso, a Operação Monte Carlo apreendeu quase 200 máquinas.

Fonte: ANPR

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