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MPF instaura inquérito civil para averiguar denúncias de policiais Postado em 30/11/2012 por SINPEFRN às 00:00

Órgão em Brasília enviou diretor nacional para constatar as irregularidades apontadas pelos servidores descontentes

O MPF/MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) publicou na ediçãode ontem do Diário Oficial do Estado a instauração de um inquérito civil público para investigar a denúncia que alguns policiais federais fizeram contra o atual titular da Delegacia da Polícia Federal de Corumbá - cidade a 417 km de Campo Grande.

Conforme a denúncia, feita por 13 policiais lotados em Corumbá, pelo presidente do Sinpef-MS (Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso do Sul) Jorge Luiz Ribeiro da Silva e pelo Diretor de Relações de Trabalho da FENAPEF (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Carlos Sabino, o titular daquela delegacia, Alexandre do Nascimento, estaria praticando “condutas e comportamentos irregulares perante o agente, valendo-se de sua posição hierárquica para tal atitude”, como dizia o texto da publicação.


A denúncia foi feita pelos policiais no dia 17 de outubro deste ano, na Procuradoria da República de Corumbá. Segundo o presidente do sindicato, há vários anos que os servidores daquela delegacia reclamam da forma como são tratados pelo delegado. “Vários policiais afirmam que são assediados moralmente pela chefia da delegacia. Em consequência disso, vários funcionários entraram com atestado médico por estarem com problemas psiquiátricos”, relatou.

Os problemas de relacionamento com o delegado, de acordo com o sindicato, fizeram com que os policiais tivessem problemas psicológicos. Por este motivo, em 2011, o presidente do sindicato enviou ofício ao Superintendente Regional da PF do Estado, solicitando que fosse enviado a Corumbá médicos e assistentes sociais para que houvesse uma entrevista com todos os agentes. O relatório da visita, porém, até hoje não chegou ao conhecimento dos policiais. “Os policiais reclamam que a chefia não trata das relações pessoais, que eles sofrem pressão do delegado em decorrência do serviço e isso tudo gera os problemas psicológicos e o causador desse problema todo é o tratamento que o servidor recebe”, afirmou o Diretor Nacional de Relações, Francisco Carlos, que veio de Brasília para Mato Grosso do Sul devido às denúncias recebidas.


Em conversa com o delegado Alexandre, ele afirmou desconhecer a denúncia contra ele e garantiu que não houve nenhum tipo de conduta irregular por parte dele. “Não existe pressão nenhuma, a meu ver não está acontecendo nada disso aqui”, declarou. O delegado não quis aprofundar o assunto.


O inquérito será conduzido pelo procurador Fernando de Araújo Machado e no próximo dia 4 de dezembro outros policiais serão ouvidos pelo MPF.

Problemas de relacionamento causam prejuízos à fiscalização na fronteira

Atualmente, na delegacia de Corumbá, atuam cerca de 30 policiais. Desses, cinco estão licenciados devido aos atestados, o que tem prejudicado o trabalho da PF na fronteira do Brasil com a Bolívia.

 

Fonte: O Estado Mato Grosso do Sul

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