No ano em que o governo se viu diante de uma onda de greves de categorias do funcionalismo, inclusive dos auditores fiscais, o número de investigações contra crimes tributários feitas pela Receita Federal caiu 33,3%. Ao todo, em 2012, foram executadas 20 ações de inteligência, ante 30 em 2011. O último registro de recuo havia sido em 2008, quando a quantidade de operações passou de 24 para 18.

O Fisco informou que a redução na fiscalização se deve ao elevado número de processos concluídos em 2011, o recorde. Como consequência, no ano passado, o trabalho executado pela área de inteligência se resumiu à análise de documentos e provas apreendidos durante as ações iniciadas anteriormente. “A operação não é exatamente o fim de uma investigação, mas apenas uma etapa (desse processo)”, disse o coordenador-geral de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, Gerson D’Agord Schaan.

“No ano de 2012”, disse ele, “nós tivemos todo o trabalho de rescaldo dessas operações, o que toma tempo. Então, eu posso afirmar categoricamente que a greve da Receita não influenciou a área de investigação”, afirmou. Para 2013, a estimativa do órgão é fazer entre 20 e 25 novas ações desse tipo.

Segundo explicou Gerson D’Agord Schaan, os principais motivos que levam a Receita a deflagrar uma operação são sonegação, fraudes na importações de bens e a utilização de laranjas em esquemas fraudulentos. Somente em 2012, o crédito tributário inscrito nessas operações chegou a R$ 8,6 bilhões, quase o dobro dos valores de 2011, de R$ 4,6 bilhões.

Fonte: Correio Braziliense