SÃO PAULO, 17 Jun (Reuters) - Mais de 200 mil pessoas tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil nesta segunda-feira, na maior manifestação popular no país em pelo menos 20 anos. As reivindicações, inicialmente contra a alta na tarifa do transporte público, agora incluíram o combate à corrupção e até os gastos com a Copa do Mundo de 2014.
A onda de protestos, turbinada pelas redes sociais, também deu voz a críticas sobre a ação policial da semana passada, que terminou com dezenas de prisões e feridos, especialmente na capital paulista.
Apesar de a manifestação ter ocorrido de forma pacífica na maioria das cidades, no Rio a Assembléia Legislativa foi alvo de ataques, houve embates com policiais, e em Brasília os manifestantes invadiram a área do Congresso Nacional e no Palácio do Planalto a segurança foi reforçada.
A gigantesca onda de protestos em todo o país fez com que a presidente Dilma Rousseff se manifestasse por meio da ministra-chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas.
De acordo com a ministra, a presidente "considera que as manifestações pacíficas são legítimas e são próprias da democracia e que é próprio dos jovens se manifestar".
Os protestos ganharam força e se disseminaram principalmente depois da quinta-feira passada, quando a manifestação em São Paulo tornou-se violenta com confrontos entre policiais e manifestantes e denúncias de abusos que teriam sido cometidos pela Polícia Militar.
Na capital paulista, a concentração dos manifestantes ocorreu no Largo da Batata, zona oeste do município. Eles se dividiram e rumaram para Avenida Paulista e Marginal Pinheiros, num contingente estimado em 65 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
"Estamos aqui por causa da insatisfação com a corrupção e o mau uso do dinheiro público. Isso é uma revolta que devia ter acontecido há muito tempo", disse um manifestante que se identificou apenas como Gustavo, de 34 anos, que estava enrolado em uma bandeira do Brasil.
Fonte: G1/Jornal Nacional