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Homens da Força Nacional podem ter sido subornados por bicheiro Postado 20120417 por SINPEFRN às 00:00

Gravações da Polícia Federal realizadas pela operação Monte Carlo mostram que o grupo do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pode ter subornado integrantes da Força Nacional que atuam no Entorno do Distrito Federal. De acordo com as investigações, a intenção seria manter abertas as casas de bingo na região.

O Ministério da Justiça, responsável pela Força Nacional, informou que não foi notificado oficialmente pela Polícia Federal sobre as gravações envolvendo a tropa, por isso, ainda não pode se manifestar sobre o assunto.

Em uma gravação feita pela Polícia Federal, com autorização da Justiça em 7 de agosto do ano passado, Lenine Araújo de Souza, apontado como braço direito de Carlos Cachoeira, conversa com um homem chamado Miguel.

Os dois falam sobre um suposto pagamento de propina a homens da Força Nacional que estiveram em um bingo do Entorno.

Miguel: Foi assim, o pessoal entrou lá pra dentro ontem e aí vieram com 71 lá. Depois desistiram aí chamaram o (inaudível) lá, fizeram lá um acordo com ele lá.

Lenine: A força, é?

Miguel: Exatamente, exatamente. Aí no final ficou tudo bem. Tá ok?

Lenine: Foram embora?

Miguel: É, foram embora depois da conversa boa, foram embora.

Lenine: Mais nada não, né?

Miguel: Não, não, ficou bem, ficou bem. Deram uma facadinha, mas ficou bem. Tranquilo tá, ok?

Lenine: Tranquilo, então. Valeu!

Miguel: Até mais.

No dia seguinte, outra gravação revela que Lenine contou a Carlos Cachoeira o ocorrido.

Lenine: A força teve lá no Cartela, sábado pra domingo.

Cachoeira: Fechou?

Lenine: Não. Aí o seguinte, ninguém me avisou. Quando eu cheguei ontem à noite aqui, o William falou para mim: ó, tem um problema lá no bingo, lá com a Força. (...) O cara chamou o Washington para um acordo.

Lenine: Aí o Washington chegou lá fez um acordo e continuou normalmente. Foram embora.

Cachoeira: Ah tá.

Força Nacional

A Força Nacional chegou em setembro de 2007 ao Entorno do Distrito Federal. O local era apontado pela Polícia Federal como um dos pontos de conexão com tráfico internacional de drogas. Os altos índices de criminalidade também serviram de argumento dos governos do DF e de Goiás pra convencer o Ministério do Justiça - são 75 assassinatos para cada grupo de cem mil habitantes, quando a média nacional é de 26.

O contrato acabou em 2010 e foi retomado em abril de 2011. Em novembro do ano passado, o governo de Goiás pediu a prorrogação da permanência da Força Nacional e foi atendido.

Desde então, a Força Nacional está alojada em um quartel em Luziânia. A última grande operação foi o cumprimento de mais de mil mandados de prisão no dia 3 de abril.

Fonte: G1

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