
Com o Estado de São Paulo às voltas com o aumento nos índices da violência - e um consequente rescaldo que se coloca como maior obstáculo para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em sua provável candidatura à reeleição - uma comitiva de técnicos das áreas de segurança e informática do governo iniciou ontem uma visita aos principais centros de segurança do mundo em busca de soluções no combate à criminalidade.
Liderada pelo secretário de Planejamento Júlio Semeghini (PSDB), a intenção da delegação é conhecer o que de mais avançado há em uso nas áreas de inteligência policial, tecnologia em segurança e anti-terrorismo. Estados Unidos, Reino Unido e Holanda estão no roteiro de cinco dias de duração, com visitas aos principais centros de segurança mundiais - polícia de Nova York, Scotland Yard e Europol, nos Países Baixos.
Em Nova York, a delegação se reuniu ontem com o ex-prefeito da cidade o republicano Rudolph Giuliani. "Ele nos fez um diagnóstico das ações empreendidas em São Paulo nos últimos anos. Disse que estamos no caminho certo, mas que precisamos de um plano mais amplo, de tecnologia integrada", disse Semeghini.
Um exemplo está na forma como o monitoramento por câmeras é feito nas duas cidades. Em São Paulo, um técnico é capaz de acompanhar simultaneamente o que se passa em no máximo dez câmeras de segurança, das 900 em funcionamento. Nova York tem 4 mil câmeras, monitoradas por apenas cinco pessoas. "Eles têm todo um sistema que mapeia mudanças de padrões nas gravações, disparando até mil alarmes por dia, para diferentes grupos de atuação da polícia e da sociedade, que também tem acesso ao sistema", observou o secretário.
Giuliani não ofereceu seus conhecimentos apenas por espírito público: ele é dono de uma consultoria que oferece soluções de gestão a governos. "Se pudermos no futuro contratar os serviços de pessoas com o conhecimento do Giuliani e sua equipe, será ótimo. Mas por ora não pagamos nada pela avaliação", garante. A equipe do governo em viagem é composta por oito pessoas, quatro delas policiais - dois civis e dois militares.
Em Londres, a comitiva visitará o centro de comando da polícia. Na Holanda, irá ao gabinete de contra-terrorismo e segurança pública (NCTV), ao Instituto Forense e ao Serviço Europeu de Polícia (Europol).
Fonte: Valor Econômico