O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal e o diretor de Seguridade Social, Marcus Firme dos Reis participaram ontem (13) da oficina “Diagnóstico da qualidade do sistema de Recursos Humanos do Serviço Público Federal", coordenada pela Consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mercedes Llano, e realizada no Ministério do Planejamento e Gestão (MPOG).
A oficina teve como meta a realização de uma pesquisa, via questionário quantitativo e qualitativo, para atualização do projeto de Diagnóstico Institucional dos Sistemas de Serviço Civil da América Latina. A metodologia permitirá um panorama sobre a situação dos serviços civis e uma comparação do seu estado atual com a linha de base estabelecidas em diagnósticos anteriores.
Durante a oficina, o representante de cada categoria do serviço público foi convidado a prestar um depoimento sobre os critérios de meritocracia e valorização da carreira do servidor, em termos de oportunidade e perspectiva de crescimento profissional, metas defendidas pelo MPOG.
Para a surpresa dos dirigentes da Fenapef, o representante da associação de delegados da PF se dirigiu aos presentes dizendo que a Polícia Federal é um exemplo de oportunidade profissional para todos os servidores, e relatou existir um programa chamado “gestão de competências”, que busca aprimorar todos os servidores do órgão.
Em seguida foi a vez do presidente da Fenapef, Jones Leal, que numa mistura de bom humor e contundente crítica, inicialmente emendou: “Que bom se realmente existisse meritocracia na Polícia Federal.” Esta fala despertou risadas de todos os presentes, e na continuidade de seu discurso, esse momento inicial de desconcentração deu lugar aos semblantes sérios, que testemunharam um relato que demonstrou a política atual de recursos humanos da Polícia Federal, com índole essencialmente segregacionista, parcial e discriminatória.
Mais uma vez o representante da categoria de delegados se sentiu na prerrogativa de representar todo o órgão e seus servidores, conduta que foi prontamente remediada pelos dirigentes da Fenapef. E pior, se não fosse a pronta intervenção, seriam mascarados os altíssimos índices de doenças mentais, suicídios e a alarmante desmotivação e evasão de policiais, cansados de serem destratados por uma política de gestão de pessoal totalmente ineficiente.
Participaram do evento a Federação Nacional dos Policiais Federais, além do Sindicato Nacional dos Analistas da Receita Federal (Sindireceita), Associação Nacional dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária (Anteffa); Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF); Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc); Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal); Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical); Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra Sindical); Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Reguladoras (Sinagências); Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef); Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes Federação); Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF); Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical); e Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco).