Adquiridos em 2011, os vants (veículos
aéreos não tripulado) da Polícia Federal não decolam há alguns anos.
Atualmente os equipamentos estão parados no hangar, em São Miguel do
Iguaçu (PR). Na época, o Governo Federal prometeu comprar cerca de 14
aeronaves, capacitar 90 policiais federais para operar o sistema,
construir quatro bases aéreas fixas e duas móveis a fim de permitir a PF
colher informações para o combate ao crime organizado.
Fabricados pela empresa israelense IAI
(Israel Aerospace Industries) os vants custaram US$ 27,9 milhões de
dólares, o equivalente a R$ 150 milhões de reais aos cofres públicos do
país. Mesmo com uma demanda crescente no enfrentamento ao crime
organizado, a Polícia Federal parece ter a intenção de abrir mão dos
vants para a Força Área Brasileira (FAB).
Militares da FAB visitaram a base de São
Miguel do Iguaçu (PR) para verificar o estado de preservação das
aeronaves. Diante desse fato o vice-presidente da Federação Nacional dos
Policiais Federais (Fenapef) e presidente do Sindicato dos Policiais
Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Flávio Werneck, enviou um
ofício para o Tribunal de Contas da União (TCU) no qual denúncia a
possível doação dos vants para as Forças Armadas.
De acordo com Werneck, a doação destes
equipamentos para a FAB acarretará em um prejuízo significativo no
combate ao crime organizado, principalmente na área da tríplice
fronteira brasileira.
“Caso a PF queira utilizar os vants, de
acordo com informações disponíveis, será necessária solicitação de
disponibilidade à FAB para uso da aeronave e verificar se há condições
da instituição nos dar suporte no operacional, o que não faz o menor
sentido, pois temos policiais capacitados para operar o veículo aéreo”.
Os vants e a PF
Os veículos aéreos não tripulados podem
voar por até 37 horas ininterruptas, com um alcance de 2 mil km. Desde
sua aquisição a Polícia Federal fez apenas mil horas de voo, o
equivalente a 1 milhão de reais para cada voo.
“O que falta para os vants funcionarem
adequadamente é uma gestão competente, que se efetive o contrato de
manutenção dos equipamentos e treinamento das autorizações aéreas. O que
não acontece, pois o que vemos são as aeronaves abandonadas”, afirma
Flávio.
FONTE: Agência Fenapef