Em greve de 24 horas nesta segunda-feira (5), agentes, escrivães e papiloscopistas (EPAs) da Polícia Federal farão uma passeata pelas ruas do Centro da cidade, com saída às 10 horas em frente à sede da Superintendência Regional, na Praça Mauá, até a Assembleia Legislativa (Alerj), onde, às 11 horas, haverá uma audiência pública para discutir os graves problemas na PF, como evasão, assédio moral, perseguições, suicídios e queda de produtividade, bem como o sucateamento salarial e o projeto de reestruturação da classe, e como esse trágico cenário influencia na segurança de grandes eventos.
No último dia 23/7, policiais federais protestaram em frente à Superintendência Regional na Praça Mauá
No último dia 23/7, policiais federais protestaram em frente à Superintendência Regional na Praça Mauá
A marcha seguirá pela Avenida Rio Banco, até a Presidente Vargas, passando pelas avenidas Almirante Barroso, Presidente Antônio Carlos e Primeiro de Março, tendo à frente um grande elefante branco inflável, representando o inquérito policial, símbolo da campanha contra a burocracia no sistema de investigação policial. Além de faixas e cartazes, haverá soltura de 200 balões pretos e amarelos (as cores da PF) em frente à Alerj. O ato público deverá reunir cerca de 300 policiais do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. Serão distribuídos panfletos à população.
A paralisação dos policiais federais é contra o esvaziamento dos serviços sociais; a precariedade dos serviços de saúde, com elevado número de doenças mentais; o assédio moral dentro da corporação, bem como o veto presidencial ao PL 244, que reconhece o cargo de papiloscopista. Mais recentemente, o DPF decidiu desativar os serviços de Fisioterapia e Academia de Ginástica, mantidos pela Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal (Ansef) no prédio da SR. A decisão partiu da Advocacia Geral da União (AGU), que determinou a desocupação, num prazo de 15 dias.
Audiência pública
A audiência pública “Reestruturação da carreira policial federal no Estado do Rio de Janeiro” é uma iniciativa do deputado Iranildo Campos (PSD), presidente da Comissão de Segurança Pública. Participam do ato a presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ), Valéria Manhães; o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal, e o vice-presidente, Luis Antônio Boudens. Foram convidados também o diretor-geral do DPF, Leandro Daiello Coimbra; o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça; o superintendente-regional da PF no Rio de Janeiro, Roberto Mário da Cunha Cordeiro, e o procurador-chefe do Ministério Público Federal no Rio, Guilherme Raposo.
Outras manifestações
Esta é a quarta manifestação que os policiais federais realizam este ano no Rio. A primeira ocorreu dia 28 de junho, na porta da SR. No dia 10, na Candelária, eles iniciaram um abaixo-assinado para a inclusão da Segurança Pública na pauta do pacto nacional proposto pela presidente Dilma Rousseff. No último dia 23, aproveitaram a presença do Papa Francisco na cidade, durante a Jornada Mundial da Juventude, para protestar contra o alto índice de suicídios na corporação e a incidência de doenças psíquicas, como estresse, ansiedade e depressão, além de denunciar práticas de perseguição e assédio moral.
No dia 16, em Brasília, cerca de 40 policiais do Rio também se juntaram a mais de 500 colegas para a marcha que marcou a instalação da Frente Parlamentar pela Reestruturação da Polícia Federal, na Câmara dos Deputados. Os EPAs, que formam a maioria dos servidores do DPF, estão há três anos negociando com o Governo. No ano passado, os policiais federais realizaram uma greve que durou 70 dias.
Fonte: SSDPF/RJ