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Doenças Psicoemocionais na PF: Saiba o que é e como desenvolver a resiliência Postado 20120326 por SINPEFRN às 00:00

Na última reportagem da série Doenças Psicoemocionais na PF, saiba o que é e como desenvolver a resiliência


Em algum momento de sua vida, pode ter ouvido ou dito essa frase: “eu sei disso, já estou vacinado”. Na verdade “estar vacinado” representa que o indivíduo sente-se preparado para um determinado problema, pois já passou por algo semelhante.

A resiliência seria isso: uma capacidade de se recuperar, superar obstáculos e viver bem em meio aos problemas que a vida apresenta. Desenvolver essa capacidade é um grande exercício, principalmente, para quem é servidor da Polícia Federal.

O estresse do dia a dia em uma atividade policial estará sempre presente, independente do cargo. Daí a necessidade de equilíbrio e também capacidade de recuperação a cada conflito. Quanto mais resiliente o servidor, mais capacidade de contornar situações ele terá, evitando assim o desenvolvimento de doenças psicoemocionais.

Segundo o doutor em Psicologia na PUC de São Paulo, George Barbosa, “o fato de não vivermos em guerras com outros países não significa a inexistência de nossas batalhas internas. E essas lutas, sem dúvida, geram desgastes significativos e consequências danosas na área psicoemocional”. Para ele, a resiliência favorece pessoas nas superações de impactos severos ou perdas significativas.


George Barbosa informou também que no campo pessoal, a resiliência é desenvolvida por meio do treino quanto aos sistemas de crenças, que se dividem em áreas vitais de nossa vida. As crenças e as habilidades pessoais levam o ser humano a serem mais ou menos resiliente.


Como desenvolver a resiliência


Para o professor George Barbosa, há duas formas do desenvolvimento da resiliência que é a espontânea, por meio da convivência em um ambiente propício que valorize relacionamentos ou por meio de um programa de capacitação.


Especialistas afirmam que existem alternativas, mesmo nas fases mais complicadas dos problemas. Um exemplo seria formular uma explicação para o que está acontecendo, analisar as circunstâncias de forma fria e as razões do oponente. Entendendo os sentimentos em relação a tudo isso, encontra-se uma resposta para sair da crise ou suportar melhor a dor.


Dependendo de situações, das necessidades e da saúde do servidor, o acompanhamento médico jamais poderá ser descartado.


Estabelecer vínculos com pessoas também gera coragem, mas não se pode esperar que elas sejam salvadoras de qualquer situação. A solução deverá partir da própria pessoa. “O importante é vencer o medo inicial de qualquer obstáculo”, nos conta o advogado Flávio de Freitas Retto.


O professor George Barbosa dá algumas dicas de exercícios para o desenvolvimento da resiliência em atividades da PF. “Uma das ricas possibilidades para se treinar essa capacidade é descrever uma síntese da situação adversa. Então anotar o quanto se acredita ser capaz de controlar o comportamento na situação descrita”, explica.


Acompanhe a sequência:


Registrar o quanto acredita ser capaz de esperar o momento em que esteja mais calmo (a) para agir.

Descrever as condições em que se é capaz de perder o controle do comportamento.

Apontar as circunstâncias que sejam o gatilho para a desistência de procurar uma solução para o problema.


Essa descrição pode ser feita anotando-se as respostas ou podemos realizar uma dinâmica entre três ou mais parceiros de uma equipe.


“A seguir podemos trabalhar com a pessoa ou a equipe na identificação em quais desses aspectos relatados interferem diretamente para a elevação do nível de estresse, da ansiedade prejudicando o desempenho”, orienta. “Identificados os aspectos pode-se, então, estruturar estratégias de enfrentamento com base nos fatores de proteção identificados’, conclui o professor.


Especialistas também recomendam:


1- Relaxamento e meditação

2- Prática de exercícios físicos, algum esporte que motive. Os exercícios aumentam a produção de endorfinas causando a sensação de bem-estar.

3- Ter coragem para tomar atitudes e assumir riscos

4- Quebrar a rotina de alguma forma e ser criativo

5- Leveza nas atividades de responsabilidade, você tem um limite

6- Mentalização de projetos de vida, mesmo que demorem a serem colocados em prática.

7- Valorização de pequenas vitórias ajuda no resgate da confiança e, por sua vez, na resolução de conflitos.

8- Um canto para buscar equilíbrio, que se possa pausar e respirar lentamente. Seja um quarto, um canto na sala, um lugar que traga prazer.

9- Permitir-se sentir dor (chorar, chutar parede) já que esse estado é necessário para voltar ao natural.

10- Mergulho, artes marciais, entre tantas opções, são atividades que desenvolvem autoconfiança e automaticamente melhoram a capacidade de resoluções de problemas.

Clique aqui e conheça alguns passos para desenvolver a resiliência, escrita pelo Prof. George Barbosa

 

Fonte: SINDPOLF/SP

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