Apesar da deliberação do governo federal de encerrar as negociações, os policiais federais do estado continuam em greve por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Espírito Santo (Sinpef-ES). Nesta quinta-feira (30), os presidentes dos sindicatos de policiais federais de todo país se reúnem com a Federação, em Brasília, para uma assembleia extraordinária a fim de definir as estratégias do movimento. O G1 procurou a Polícia Federal, que disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. A categoria aderiu ao movimento nacional no dia 7 de agosto.
Na manhã desta quarta-feira (29), a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) realiza uma vídeo-conferência com os 27 sindicatos da categoria, para avaliar a paralisação. Na tarde do mesmo dia, o Sinpef-ES também vai realizar uma reunião em Vitória.
A proposta do governo é de reajuste de 15,8% até 2015, mas os grevistas alegam que não querem um aumento salarial, mas a reestruturação da carreira e o reconhecimento das atribuições dos cargos de escrivães, agentes e papiloscopistas.
“Nós queremos manter a negociação com o governo porque não é um simples reajuste que a categoria quer. Nossa discussão é muito mais ampla e queremos chegar a um acordo com o Governo Federal. Mesmo depois de três anos de negociação, o Ministério do Planejamento não apresentou nenhuma proposta concreta com relação à reestruturação da carreira”, explicou o presidente do Sinpef-ES, Marcus Firme.
Greve nacional
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram na noite desta segunda-feira (27) manter a greve nacional da categoria e rejeitar a proposta de reajuste do governo, o que deve atrasar ainda mais serviços como a emissão de passaportes.
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a decisão foi tomada após videoconferência entre os presidentes dos sindicatos nos estados e a diretoria da federação.
Termina nesta terça o prazo dado pelo governo para assinatura de acordos. A Fenapef afirma que, para a categoria, o prazo não interfere nas negociações. Isso porque os policiais federais reivindicam a restruturação da carreira e o reconhecimento de nível superior, e não apenas um reajuste.
"O governo conhece nossas reivindicações, sabe que não estamos lutando por índice de recomposição de perdas salariais, mas sim para sermos reconhecidos como carreira típica de estado de nível superior", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink, nesta terça-feira (28).
Na segunda (27), representantes da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) não chegaram a um acordo com o governo sobre as negociações. O presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti, disse ainda que a categoria está "propensa a recusar" a oferta, já que, segundo ele, assinar o acordo em 2012 implicaria em passar os próximos três anos sem pleitear novos reajustes.
Servidores que tiveram dias não trabalhados descontados da folha de pagamento do mês de agosto, que será paga em 1º de setembro, poderão negociar com o governo sob a condição de encerrarem a paralisação.
Fonte: G1