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Clima esquenta na delegacia de Corumbá Postado em 29/10/2012 por SINPEFRN às 00:00

O clima na Delegacia da Polícia Federal em Corumbá (MS), que já não era dos melhores, piorou de vez. O motivo é a forma como o delegado-chefe, Alexandre Nascimento, dirige a unidade da PF. A gota d´água aconteceu ainda durante a greve quando o delegado abriu uma PAD contra dois policiais por possíveis maus tratos contra os cães que atuavam junto com os federais no combate ao tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia. A situação atingiu uma temperatura tão elevada, que a Federação Nacional dos Policiais Federais e o Sindicato dos Policiais Federais no Mato Grosso do Sul foram para Corumbá onde levaram a situação ao conhecimento do Ministério Público.

O CASO - Os cães detectores de drogas foram enviados pelo Serviço de Canil Central para Corumbá. Com a deflagração da greve dos policiais federais, os operadores de cães também aderiram à mobilização sem deixar, é claro, de cuidar dos animais no canil da delegacia. Ocorre que a greve da PF teria desagradado o chefe da delegacia.

Não demorou para que alguns servidores terceirizados e "policiais da confiança" do delegado comunicassem um provável problema de saúde em um dos cães, a cadela BENA. O veterinário que cuida do animal atestou a perfeita saúde do cão, mas outro médico, contratado pela chefia, atestou, em tempo recorde, a possível doença da cadela.

Os policiais comunicaram ao canil central em Brasília o que estava acontecendo em Corumbá. O delegado por sua vez, abriu procedimento disciplinar contra os colegas.

CLIMA – O diretor de Relações do Trabalho da Fenapef, Francisco Sabino, ressalta que a principal marca do delegado sub judice de Corumbá é o autoritarismo. “Ele conseguiu construir um clima na delegacia onde a insatisfação é reinante”, diz Sabino. Conforme o diretor, nas oportunidades em que a Fenapef e o SINPEF/MS estiveram na delegacia não conseguiram conversar com o delegado. “Nas vezes em que estivemos oficialmente no local ele nunca estava”. As duas entidades esperam agora um posicionamento do Ministério Público.

O resultado do imbróglio criado pelo chefe é simples: os dois cães foram mandados para Campo Grande e agora podem ser realocados em outra delegacia do país. “Quem perde com isso é a sociedade visto que estes animais são fundamentais no combate ao tráfico de drogas”, diz Sabino.

Em Campo Grande, por sinal, os representantes sindicais testemunharam que os dois animais estão em ótimo estado de saúde. “Mesmo assim ele abriu um PAD contra policiais experientes e comprometidos com o trabalho, por possíveis maus tratos contra Bena”.

Segundo informações colhidas pela Agência Fenapef, os policiais que são alvo do delegado estão abalados psicologicamente e em tratamento de saúde. “Estamos acompanhando o caso e vamos dar todo o suporte que os colegas necessitarem”, diz o presidente do SINPEF/MS, Jorge Caldas.

Fonte: Agência Fenapef

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