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Carta aberta ao diretor-geral da PF Postado em 17/09/2012 por SINPEFRN às 00:00

Nesta última semana um grande passo foi dado em direção à conciliação e união de forças que deve embasar o trabalho policial. Porém, nem tudo segue a regra da razão. Entidades classistas da PF, geralmente representadas por policiais que nunca vivenciaram a experiência do trabalho em equipe, não veem com bons olhos a aproximação dos gestores junto aos sindicatos da polícia federal.
 
Atualmente o controle interno federal, capitaneado pela CGU, reforça a necessidade de valorização dos recursos humanos e busca pela eficiência no uso dos recursos públicos. Mas o alerta vermelho já está acionado no sistema gerencial e investigativo da PF, pois a triste realidade são constantes suicídios, o alto índice de desmotivação e evasão dos policiais, e a constatação de que a grande maioria dos inquéritos relatados não cumpre seu papel de produzir prova, subsidiar o MP e combater a criminalidade no país.

A distorção salarial interna entre os policiais, todos de nível superior, já é reconhecida e causa até constrangimento entre servidores que dividem responsabilidades conexas no cotidiano das unidades em todo o país. A polícia federal está em crise, orfã nos níveis ministeriais, e suas competências são delegadas às forças armadas, força nacional e demais mecanismos a serem criados pelo governo federal.

O MPOG já reconheceu, no ano passado, que os cargos de agente, escrivão e papiloscopista possuem atribuições de nível superior. É o justo e o óbvio, pois há anos policiais se dedicam em investigações complexas, análises de inteligência, gerenciamento de centenas de processos administrativos e perícias papiloscópicas.

Mas o que fazer quando a valorização de um servidor é visto como uma ameaça? Hoje o cargo de delegado de polícia federal vive um paradoxo: existe uma parcela que acredita que sua valorização depende da inferioridade dos outros, e outra parcela percebe que as diferenças provocam a desunião, e consequentemente a destruição do órgão.

Aqueles que privilegiam o status em detrimento do trabalho em equipe possuem muita experiência na PF? Fizeram amizades e construíram histórias com colegas de outros cargos nas operações e nos rincões que tornam a PF uma experiência única? Ou são aqueles que ainda estudam para outros concursos, são cedidos, possuem interesses políticos e não possuem tantas amizades e muito menos o comprometimento com uma profissão que é uma escolha de vida.

Sim, os verdadeiros policiais federais, independente do cargo, devem mudar esta história.

Fonte: SINPEF/MG

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