A imprensa noticia com destaque que a escalada do crime no Distrito Federal atingiu níveis nunca antes imaginados. Coincidência ou não, o comando da Secretaria de Segurança está nas mãos de dois delegados da Polícia Federal.
Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) mostram que nos três primeiros meses de 2012 a criminalidade aumentou 14,1% em relação ao mesmo período de 2011. No primeiro trimestre deste ano, os crimes como homicídio, tentativa de homicídio e lesão corporal aumentaram 9% e os crimes contra o patrimônio, 14,7%. Em contrapartida, os crimes de trânsito reduziram 0,6%, com queda de 32, 6% nos homicídios culposos e aumento de 0,6% nas lesões corporais culposas.
A segurança pública é uma das áreas em que a experiência profissional e o conhecimento são imprescindíveis para entender e combater os fenômenos advindos da violência. E a julgar pela experiência profissional dos delegados de Polícia Federal Sandro Avelar e Marcos Leôncio que, juntos, têm o conhecimento da atividade policial da profundidade de um pires, a situação no DF não poderia ser diferente.
De acordo com recente entrevista concedida por Marco Leoncio ao Jornal Último Segundo, na Polícia Federal, delegado não faz concurso para ser policial e sim para ser chefe: “é um concurso difícil e ele [delegado] chega para dirigir, para chefiar uma unidade... Independentemente da idade ou da experiência... Todos querem ser caciques e ninguém índio”.
O despreparo desses que gostam de ser chamados de “doutores – caciques” é tão grande que a crise levou o GDF a - vergonhosamente - pedir socorro à Força Nacional de Segurança, como publicado no G1 – “Força Nacional chega ao DF neste domingo, diz Secretaria de Segurança”e Força Nacional de Segurança vai vigiar as estradas do DF . E o pior, sem a comunicação prévia ao Comando-Geral da PM do Distrito Federal.
Aliás, a falta de preparo destes 'especialistas' fica bem patente na entrevista dada ao DFTV da Rede Globo:
Sandro Avelar e Leôncio: Sem experiência, sem conhecimento, sem resultados.
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal - ADPF, Leôncio, tem uma trajetória curiosíssima dentro da Polícia Federal. Há menos de dez anos na instituição, foi assessor do diretor-geral na Assessoria Parlamentar da PF no Congresso Nacional e, atualmente, está na Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal, onde é assessor do titular da pasta, Sandro Avelar, que é também delegado da PF e ex-presidente da ADPF.
Aliás, como se pode observar, os dois fizeram da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, uma extensão da Associação dos Delegados da Polícia Federal. Entretanto, nos corredores do Buriti, corre o boato que o GDF já está pensando em devolver os delegados para a PF devido à falta de gestão na segurança. Bom para o DF, péssimo para a PF.
Caos - O vexame se repete em diversos estados onde a Segurança está nas mãos desses autointitulados “Delegados-caciques”. O caso mais recente foi a crise na PM/BA, onde até o Exército precisou ser acionado para garantir o mínimo de segurança aos baianos.
Está certo João Cantão, filósofo-policial, quando diz: Teoria é quando nada funciona e todo mundo sabe por quê; prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por quê. Lá, eles uniram teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe por quê.
Fonte: SINDIPOL/DF